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O BURACO DA FECHADURA

rabiscos, escrevinhações, achismos e outras bobagens

Eu, em uma festa irlandesa na mesa brasileira!

  • Foto do escritor: marcosthomazm
    marcosthomazm
  • 15 de mar. de 2023
  • 2 min de leitura

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Você pode até me chamar de ateu, acusar de herege, mas com meu corpo fechado nem ligo pra maledicência alheia.


O que não nego é que não sou devoto de santo nenhum.


Não tenho um beatificado pra chamar de meu protetor.


Não carrego espada de São Jorge, nem fico sob o manto de Nossa Senhora , quiçá me debando até o Juazeiro para venerar a estátua do Padim Ciço!


Perdão se decepciono esse povo de fé inabalável.


Acho até bonito quem se liga tão transcendentalmente com seres celestiais.


Uma galera escolhida, que fala a língua dos anjos...


Agora o que não engulo mesmo é esse charlatão aí do Patrick.


Não aquele amigo do Bob Esponja, mas um senhor irlandês.


Reza a lenda que trata-se de um ruivo secular que de repente resolveu pagar de Baco aqui pela Terra Brasilis.


Veja vocês... de repente, “do nada do nadão”, é Festival St. Patrick pra todo lado e todos os gostos.


Sei lá, como um navio pirata britânico emergindo, sorrateiramente.


Um Jack Sparrow salteador avançando sobre outras terras.


Cerveja e adereços verdes.


A parte etílica muito me agrada.


Afinal, cerveja é bom e a gente gosta, lá na Irlanda, ou aqui, hoje ou no tempo desse tal Patrício aí.


O que não embarco é nesse imperialismo cultural anglo-saxônico sem pé nem cabeça.


Irlanda? Que danado temos a ver com essa terra do povo de cabelo e pentelho vermelho?


-Ah, mas você gosta do U2!!


-“I Will follow”


E nem falo dos simbolismos culturais made in USA.


Ali, pro bem e pro mal, gostemos, ou não, é fenômeno exportador de tendências em escala global.


O imperialismo Yankee já nos empurrou goela abaixo o tal de Halloween- dia das bruxas, até futebol americano se joga na praia aqui.


Coisa de brasileiro.


A gente já meteu purê, ate carne moída, no cachorro quente.


Quem dirá colocar bola oval no buraco da areia?!?!


“Lá ele”.


Bagunçar os elementos é o que vale.


Voltando ao tal Patriquinho meio bretão...


Na real é fácil supor que essa “festa estranha com gente esquisita” chegou aqui via EUA também, afinal já é tradição há tempos nos países de língua inglesa em geral.


Daí para nossas franquias de cursos de línguas e habituès de Miami e afins espalharem na high society brazuca foi um pulo!


Mais impressionante, aliás paradoxal, é a reflexão a seguir: foi o tal imperialismo do Tio Sam que transformou em "comida de PF brasileira" o Yakisoba, ou Chop Suey chinês, por exemplo.


Quem diria, mas a febre culinária da China no Brasil, jamais seria possível sem exportação americana.


“China in Boooox!”


Assim como o sushi e seu campeão de vendas aqui mergulhado no cream chease, flambados e batizados de Califórnia, Philadelfia, Hot Roll etc.


E esse converseiro todo me deu sede.


Passa minha cerveja pra cá e vamos celebrar esse Sr. Patrick aí.


Haja fé no lúpulo.

 
 
 

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