A INFÂNCIA É UMA FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATES

Combino de levar Ben e Théo para assistir "Wonka".

Mas o meu caçula exige que o primo mais velho assista antes "A Fantástica Fábrica de Chocolates" com ele, que por sua vez assistiu com o irmão mais velho.

Impaciente, Théo pergunta do que trata o filme.

Ben começa a descrever o ambiente em que se passa a narrativa, alguma coisa de lição de moral do filme, sobre bons comportamentos, desapego etc, mas logo aborta...

-Ah, eu não vou dar spoiler...

Pausa para meu desvio de atenção ao volante e olhar de espanto em direção a ambos.

Penso comigo mesmo: “não vou dar spoiler”.

-Eu não ligo para spoiler. E Como vc gosta tanto de um filme, mas não sabe explicar?!?! - rebate Théo, com um sorriso provocativo de canto de orelha, de quem é pouco afeito a longos períodos concentrado em frente a tela para ver películas.

- Claro que sei. Theo, vc é muito preguiçoso para cinema. Mas, vamos assistir juntos e vai ser hoje- insiste, resoluto o caçula.

O curioso é que o próprio Ben assistiu a “Fantástica Fábrica de Chocolates” a pouco tempo, por recomendação expressa do irmão mais velho.

Lembro bem desse dia. Estavam Tomás e a namorada em casa, hora avançada e Ben morto de sono, mas vidrado na tela.

Tive que interromper e o chamar a dormir.

Fui fuzilado no olhar e manifestações em dupla, talvez trio.

Rendeu-me até um despertar ainda furioso do menor que acorda sempre solar.

Aquele rancor de véspera.

Mas o filme foi concluído, de novo com o IRMÃO, como até hoje ele chama o primogênito.

Enfim se lambuzou no universo de oompas lompas, com muito chocolate do lado de cá da poltrona (psit).

Mas, como, absolutamente, nenhum filme que o agrade ele assiste apenas uma vez, vai ter repeteco deste e outros.

Tenho um cinéfilo mirim em casa!